Revista Téchne | Projetista de impermeabilização - Falta de cursos de pós-graduação é empecilho na formação de interessados em seguir no ramo. Cresce procura de construtoras por projetos para edificações | Engenharia Civil
Falta de cursos de pós-graduação é empecilho na formação de interessados em seguir no ramo. Cresce procura de construtoras por projetos para edificações
Por Renato Faria
A figura do projetista de impermeabilização vem ganhando importância no segmento de edificações nos últimos anos. Até há pouco tempo, apenas as grandes construtoras procuravam elaborar projetos formais para impermeabilizar suas obras, mas agora também as médias têm buscado esses profissionais. Se a demanda por projetos aumenta, criam-se mais oportunidades nesse mercado de trabalho, ainda mais quando a quantidade de projetistas é baixa. "Conta-se nos dedos o número desse tipo de profissional no Brasil", afirma Sérgio Cardoso Pousa, projetista do segmento.
A formação técnica específica em impermeabilização ainda é permeada por obstáculos. Na graduação, o tema é abordado de maneira superficial nas disciplinas. Num nível mais avançado, a pouca preocupação do mercado com os projetos de impermeabilização também reflete na falta de oferta de pós-graduações no segmento. Sem um curso que concentre a transmissão de conhecimento específico sobre o assunto - e que facilite o posicionamento do profissional no mercado -, o interessado em atuar na área é obrigado a empreender quase sozinho sua formação técnica.
Os cursos mais comuns no segmento são os oferecidos pelos fabricantes. Outra saída para aprofundar os estudos na área seria desenvolver o tema no trabalho final de uma pós-graduação técnica mais "genérica". Conhecimentos de projetos de arquitetura e de resistência dos materiais auxiliam na elaboração dos projetos. Além do conhecimento conceitual e prático sobre os produtos, é fundamental que o profissional tenha domínio de ferramentas indispensáveis à realização de seu trabalho, como os softwares CAD.
Outro caminho possível para a especialização é iniciar a carreira numa empresa aplicadora de sistemas de impermeabilização. Ali, o profissional - técnico em edificações, engenheiro ou arquiteto - adquire experiência prática importante quanto a técnicas de execução, tecnologias disponíveis no mercado, problemas e soluções encontrados no canteiro. Para Sérgio Pousa, a atuação como engenheiro de obra numa construtora não seria indispensável na formação. Nessa função, segundo o projetista, o profissional tem apenas um contato genérico com o universo da impermeabilização.
A atuação em departamentos técnicos de fornecedores também seria uma experiência importante para tomar contato e adquirir conhecimentos sobre os sistemas disponíveis. Porém, o profissional não deve se dedicar a conhecer apenas os produtos com que trabalha. Manter-se atualizado é importante para que não fique "cego" em relação a outras tecnologias oferecidas pelo mercado. O conhecimento das diversas soluções - e de diversos fornecedores - é que diferencia o trabalho do projetista de impermeabilização. Por isso, convém a ele participar de palestras e eventos técnicos organizados por entidades do setor. Segundo Pousa, a curiosidade e a vontade de pesquisar novas soluções são valores que devem guiar o profissional da área.
O projetista de impermeabilização é responsável pela garantia da estanqueidade de partes da construção. Seu trabalho depende, naturalmente, da interação com o arquiteto, mas também com o paisagista e com projetistas de hidráulica e instalações em geral. Essa, aliás, é uma das principais vantagens da contratação de um consultor especializado no assunto. Como projetista, o profissional é capaz de pensar detalhes do sistema, discutindo tecnicamente e harmonizando com outros projetistas itens como espessuras de camadas, interferências com projetos de drenagem, de arquitetura etc. "São serviços que o aplicador ou o fabricante geralmente não fornecem porque não é o escopo de seu trabalho. Nesse sentido, as empresas de projeto de impermeabilização são facilitadoras da parte executiva", acredita Sérgio Pousa.
Além de entregar os projetos, o projetista de impermeabilização também auxilia o construtor na escolha da empresa fornecedora dos produtos e na contratação e fiscalização dos trabalhos da empresa aplicadora. Essa, aliás, é uma tarefa árdua para o projetista. De acordo com Pousa, a falta de responsabilidade ou preparo de alguns aplicadores pode colocar em risco o desempenho do sistema de impermeabilização, com prejuízo futuro para a obra. Como ocorre em outros sistemas da edificação, quanto mais detalhado o projeto executivo apresentado, menores os riscos de improvisos e problemas durante a execução do serviço.
Também existem poucas publicações que abordem especificamente técnicas e tecnologias de impermeabilização. De qualquer forma, o projetista desse segmento deve ter domínio de normas técnicas que regem o segmento de impermeabilização. É o caso da NBR 9574 - Execução de Impermeabilização e da NBR 9575 - Impermeabilização: Seleção e Projeto, entre outras. A remuneração inicial de um especialista do segmento gira em torno de R$ 5 mil, tomando-se como base um edifício residencial de um bloco, com impermeabilização em todos os pavimentos.
Currículo Atribuições: elaborar os projetos básico e executivo, memorial descritivo e planilha quantitativa dos sistemas de impermeabilização da construção; auxiliar o contratante na escolha dos fornecedores e das empresas aplicadoras; fiscalizar a execução de impermeabilização
Formação: Técnico em Edificações, Engenharia ou Arquitetura; cursos técnicos oferecidos pelos fabricantes de produtos para impermeabilização; não existem cursos de pós-graduação específicos da área
Experiência: de cinco a dez anos atuando em departamentos técnicos de fabricantes e/ou de empresas aplicadoras de sistemas de impermeabilização; não é necessária experiência em construtoras
Aptidões: conhecimentos em projetos de arquitetura e de resistências dos materiais; domínio de softwares CAD
Remuneração inicial: cerca de R$ 5 mil por projeto de um edifício residencial de um bloco, com impermeabilização em todos os pavimentos
Sérgio Cardoso Pousa, projetista de impermeabilização da Proiso Projetos
O profissional
Como você começou na carreira? Durante o curso Técnico de Edificações, comecei atuando em escritórios de projetos de arquitetura. No curso superior de Arquitetura, trabalhei numa empresa executora de serviços de impermeabilização. Ali, eu atuei tanto na área de engenharia, acompanhando a execução dos serviços, quanto na área técnico-comercial, discutindo tecnicamente com construtores as melhores soluções para as necessidades de cada obra. Saí dali para trabalhar numa das poucas empresas de projetos de impermeabilização que existiam até então - e que hoje não existe mais - e, em 1994, criei a Proiso Projetos.
Como você se atualiza profissionalmente?
Em cursos promovidos pelos fabricantes de impermeabilizantes, livros e com as experiências cotidianas adquiridas nas obras.
Quantas horas, em média, trabalha por dia?
Das 7h00 às 21h00, aproximadamente.
Descreva, brevemente, as tarefas de seu dia-a-dia. Minha rotina diária envolve visitas a obras no processo de execução dos serviços de impermeabilização, participação em reuniões de desenvolvimento de projetos dos empreendimentos e acompanhamento das tarefas desenvolvidas no escritório.
Do que mais gosta na profissão? Apresentar soluções para os problemas encontrados em obra ou para dúvidas de profissionais do setor da construção civil.
Construção Mercado | Procuram-se operários - O diagnóstico da falta de mão de obra na construção e os caminhos para enfrentar o problema | Negócios de Incorporação e Construção Civil☺☺☺☺☺☺
Procuram-se operários
O diagnóstico da falta de mão de obra na construção e os caminhos para enfrentar o problema
Por Gustavo Mendes
Novamente falta mão de obra na construção. Anos atrás (2007-2008), o problema era mais intenso no segmento imobiliário. Agora, a escassez é geral. A demanda vem das obras de infraestrutura; dos preparativos para a Copa de 2014 em diversas capitais; do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e do aquecimento das obras públicas de diferentes perfis por conta do ano eleitoral.
A disputa setorial por operários já afeta a dinâmica da gestão (inclusive financeira) de incorporadoras e construtoras. As remunerações estão em alta, programas de treinamento crescem, os prazos e esforços para contratar mão de obra são cada vez maiores e as empresas aumentam o índice de mecanização nos canteiros para reduzir o contingente de trabalhadores. Tudo ao mesmo tempo.
Nas próximas páginas, o leitor não encontrará fórmulas prontas para resolver o problema - até porque elas talvez não existam de forma generalizada -, mas há caminhos e informações para subsidiar as estratégias de manter a competitividade nesse cenário de mudança dos modos de produção da construção civil.
Na reportagem, os resultados de uma enquete sobre problemas críticos e propostas de melhorias; um mapa com depoimentos de lideranças setoriais sobre a situação da mão de obra em diversos Estados brasileiros; as ações de empresas, de diferentes perfis e portes, para lidar com o problema; um levantamento das iniciativas setoriais e governamentais de qualificação e exemplos de como outros setores (e outros países) enfrentaram situações semelhantes.
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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Elka Porciúncula
arquiteta
Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma edificação da passagem indesejável de líquidos e vapores, mantendo assim as condições de habitabilidade da construção. É uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos com o objetivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra ação de águas que podem ser de chuva, de lavagem, de banhos ou de outras origens.
A falta ou uso inadequado da impermeabilização compromete a durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à saúde. Água infiltrada nas superfícies e estruturas afeta o concreto, sua ferragem, as alvenarias. O ambiente fica insalubre (umidade, fungos e mofo), diminuindo a vida útil da edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do proprietário ou usuário que sofre com a má qualidade de vida causada pelos problemas existentes no imóvel.
Como em qualquer atividade humana que envolve canalização de recursos financeiros, temos que analisar a chamada “relação custo/benefício”. Em impermeabilização não é diferente. Se analisarmos o custo de uma boa impermeabilização, veremos que ele varia de 1% a 3% em média do custo total da obra. Se os serviços forem executados apenas depois de serem constatados problemas com infiltrações na edificação já pronta, o custo com a impermeabilização ultrapassa em muito este percentual. Refazer o processo de impermeabilização pode gerar um acréscimo de 10% a 15% em média do valor final.
Devido aos altos índices de manifestações patológicas que vêm ocorrendo nas edificações, busca-se cada vez mais, a garantia e o controle da qualidade em todo o processo construtivo.
Desta forma, a qualidade final do produto depende da qualidade do processo, da interação entre as fases do processo produtivo e da intensa retro-alimentação de informações, que proporcionam a melhoria contínua. O projetista deve dispor dos projetos de arquitetura e demais projetos complementares que tenham interface com a Impermeabilização.
È importante termos um projeto em total conformidade com os aspectos Normativos (ABNT) e de qualidade, a exemplo dos projetos de instalações hidráulica e elétrica, um projeto de construção civil deve contemplar, também, um Projeto de Impermeabilização.
A NBR 9575 – 2003 estabelece o seguinte:
Item 3 - 78 definições
Item 4 - classificação dos tipos (Rígido e Flexível)
Item 4,2 - tipos de substratos
Item 4.3 - os serviços auxiliares e complementares
Item 5.1 - os tipos de impermeabilização contra água de percolação
Item 5.2 - os tipos de impermeabilização contra água de condensação
Item 5.3 - os tipos de impermeabilização contra umidade de solo
Item 5.4 - os tipos de impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral
Item 6 - Projeto, onde a elaboração e responsabilidade técnica é exigida para o projeto de arquitetura, conforme definido na NBR 13352 – Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura - procedimentos , sendo necessário obedecer de forma integral o disposto na NBR 9575-2003
O projetista de impermeabilização deve analisar os projetos básicos da obra procurando evidenciar as áreas que necessitam de impermeabilização, avaliar os tipos de estruturas entre outros aspectos, iniciando o estudo dos sistemas adequados para cada situação;
Projetos e Informações Complementares :
_ Projeto de Arquitetura;
_ Projeto Estrutural;
_ Projeto Inst. Elétricas e Hidráulicas;
_ Existência de pressão negativa;
_ Acomodação do terreno;
_ Variação de temperatura; etc.
Os tipos de Impermeabilização podem ser divididos em:
_ pré-fabricados (manta asfáltica) possuem espessuras definidas e controladas pelo processo industrial.
_ moldado no local que pode ser aplicado à quente (asfaltos em bloco), ou aplicados a frio (emulsões e soluções).
_rígido (argamassas poliméricas) conferem à superfície impermeabilização e proteção mecânica. Interferências no Projeto
Em uma obra comercial, industrial ou residencial, a impermeabilização também deve ter um projeto específico, um projeto que detalhe os produtos e a forma de execução das técnicas de aplicação dos sistemas ideais de impermeabilização para cada caso.
A escolha do sistema indicado depende de cada tipo de estrutura sobre a qual se queira impermeabilizar. Sendo assim, a definição leva em consideração se a estrutura está sujeita ou não a movimentação. Por exemplo: as lajes de grande superfície expostas à luz solar e intenso resfriamento no período noturno apresentam grande movimentação, face aos movimentos de dilatação (dia) e retração (noite). Tais estruturas exigem, para efeito de impermeabilização, produtos com características Flexíveis.
Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos, visa obter 100% de estanqueidade.
Para isso devemos observar as seguintes fases:
_ Projeto de Impermeabilização;
_ Materiais Impermeabilizantes;
_ Mão de obra de aplicação;
_ Qualidade da construção;
_ Fiscalização;
_ Orientação aos usuários
Composição do Projeto
_ Memorial descritivo;
_ Plantas com detalhes específicos ;
_ Especificação e localização dos materiais a serem utilizados;
_ Definição dos serviços a serem realizados;
_ Planilha quantitativa de serviços e materiais aplicados;
_ Estimativa de custos dos serviços descritos.
Um dos fatores de prováveis vazamentos em edificações decorre da ausência de Projeto de Impermeabilização, ocasionando os seguintes problemas:
_ Re-trabalhos de instalações hidráulicas;
_ Enchimentos desnecessários;
_ Mudança no dimensionamento final dos acabamentos;
_ Manutenções e reparos futuros.
Do site: http://www.construirnet.com/arquitetura.htm