NBR 5738
Origem: Projeto NBR 5738/1993
CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados
CE-18:301.03 - Comissão de Estudo de Ensaios Físicos para Concreto Fresco
NBR 5738 - Molding and curing of concrete cylindrical or prismatic test
specimens - Procedure
Descriptor: Concrete
Esta Norma substitui a NBR 5738/1984
Válida a partir de 30.05.1993
1 Objetivo
Esta Norma fixa as condições exigíveis para moldagem,desforma, preparação de topos, transporte e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto,destinados a ensaios para determinação das propriedadesintrínsecas desse material.
2 Documentos complementaresNa aplicação desta Norma é necessário consultar:
NBR 5734 - Peneiras para ensaio com telas de tecido metálico - Especificação
NBR 5750 - Amostragem de concreto fresco – Método de ensaio
NBR 7211 - Agregados para concreto - Especificação
NBR 7223 - Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone - Método de ensaio
NBR 9479 - Câmaras úmidas para cura de corposde prova de cimento e concreto Especificação
3 Definições Para os efeitos desta Norma é adotada a definição 3.1.
3.1 Dimensão básica dos corpos-de-prova (d)
Medida expressa em milímetros, utilizada como referênciapara os corpos-de-prov a, sendo empregadas a dimensão do diâmetro no caso de corpos-de-prova cilíndricos
e a dimensão da menor aresta para os corpos-de-prova prismáticos.
4 Condições gerais
4.1 Aparelhagem
4.1.1 Moldes
4.1.1.1 Devem ser confeccionados em aço ou outro material não absorvente e quimicamente inerte com os componentes constituintes do concreto.
4.1.1.2 Não devem sofrer deformações durante a moldagem dos corpos-de-prova.
4.1.1.3 Devem ter as superfícies internas lisas e sem defeitos.
4.1.1.4 Os moldes cilíndricos e os prismáticos devem possuir dispositivos de fixação às respectivas placas da base.
4.1.1.5 Devem atender às espessuras e tolerâncias fixadas na Tabela 1 e nas Figuras 1 e 2.
Nota: Moldes confeccionados em chapa metálica reforçada ou perfis estruturais podem ter espessuras diferentes das fixadas na Tabela 1, desde que sejam mantidas a rigidez
necessária ao molde e as tolerâncias especificadas nesta Norma.
4.1.2 Equipamentos de adensamento
4.1.2.1 Haste de socamento Barra de aço, com 600 mm de comprimento e 16 mm de
diâmetro, com superfície lisa, seção transversal circular e extremidade de socamento semi-esférica, de acordo com a Figura 3.
4.1.4 Gola
Dispositivo de aço ou outro material rígido e não corrosível, que deve ser acoplado ao molde e tem a finalidade de evitar que o concreto transborde dele, quando empregado
adensamento vibratório.
4.2 Preparação dos moldes
4.2.1 Deve ser feita vedação das juntas com mistura de cera virgem e óleo mineral para evitar vazamentos.
4.2.2 Após a montagem, os moldes devem ser untados internamente com uma fina camada de óleo mineral.
4.3 Amostragem
4.3.1 A amostra destinada à moldagem de corpos-deprova deve ser retirada de acordo com NBR 5750 e com o processo de produção do concreto utilizado.
4.3.2 Devem ser anotados:
a) data;
b) hora de adição da água de amassamento;
c) local de aplicação do concreto.
4.4 Local da moldagem
4.4.1 Os moldes devem ser colocados sobre uma base nivelada, livre de choques e vibrações.
4.4.2 Os corpos-de-prova devem ser moldados em local próximo àquele em que serão armazenados nas primeiras
24 h.
4.5 Moldagem dos corpos-de-prova
4.5.1 O concreto deve ser colocado no molde, com o emprego de concha, em camadas de alturas aproximadamente iguais, conforme a Tabela 2.
Notas: a)A altura das camadas não deve exceder 100 mm, quando o adensamento for manual, e 200 mm, quando o adensamento for vibratório.
b) dados, aplicando-se 17 golpes para cada 10000 mm2 de área.
4.5.2 Antes do adensamento de cada camada, o concreto deve ser uniformemente distribuído dentro da fôrma.
4.5.3 A última camada deve sobrepassar ligeiramente o topo do molde, para facilitar o respaldo.
4.5.4 A moldagem dos corpos-de-prova não deve sofrer interrupções.
4.6 Processo de adensamento Deve ser compatível com a consistência do concreto, medida pelo abatimento do tronco de cone, conforme a NBR 7223 e de acordo com a Tabela 3. Após o adensamento do concreto, qualquer que seja o processo adotado,
a superfície do topo dos corpos-de-prova deve ser alisada com colher de pedreiro.
4.7 Cura inicial ao ar Após a moldagem, os corpos-de-prova devem ser imediatamente
cobertos com material não reativo e não absorvente, com a finalidade de evitar a perda de água do concreto e protegê-lo da ação das intempéries.
5 Condições específicas
5.1 Dimensões dos corpos-de-prova
5.1.1 Cilíndricos
5.1.1.1 A dimensão básica escolhida deve ser: 100 mm, 150 mm, 250 mm ou 450 mm, de forma que obedeça à seguinte relação:
d ≥ 3D
Onde:
d = dimensão básica
D = dimensão máxima característica do agregado,
determinado conforme a NBR 7211.
5.1.1.2 Os corpos-de-prova cilíndricos devem ter diâmetro
igual a d e altura igual a 2d.
5.1.2 Prismáticos
Devem ter seção quadrada de aresta igual à dimensão básica d e comprimento igual ou superior a 3d + 50 mm, de forma que obedeçam à relação de 5.1.1.1. Nota: Os corpos-de-prova de dimensão básica igual a 150 mm podem ser usados, mesmo quando a dimensão máxima característica do agregado for superior a 38 mm, desde
que a amostra de concreto fresco seja passada previamente pela peneira com abertura de malha de 38 mm, de acordo com a NBR 5734. Nesse caso, devem ser correlacionados
os resultados dos ensaios de corpos-de-prova moldados com concreto peneirado e aqueles obtidos em ensaios de corpos-de-prova moldados com concreto integral. As dimensões dos corpos-de-prova de concreto integral devem obedecer às condições de
5.1.1 e 5.1.2.
5.2 Moldagem dos corpos-de-prova
5.2.1 Adensamento manual
5.2.1.1 No adensamento de cada camada devem ser aplicados golpes de socamento, uniformemente distribuídos em toda a seção transversal do molde, conforme Tabela
2.5.2.1.2 No adensamento de cada camada, a haste de socamento não deve penetrar na camada já adensada.
5.2.1.3 Se a haste de socamento criar vazios na mass do concreto, deve-se bater levemente na face externa do molde até o fechamento deste.
5.2.1.4 Quando o abatimento do tronco de cone for superior a 180 mm, a moldagem deve ser feita com a metade das camadas indicadas na Tabela 2.
5.2.2 Adensamento vibratório
5.2.2.1 Colocar todo o concreto de cada camada antes de iniciar a vibração.
5.2.2.2 A vibração deve ser aplicada, em cada camada, apenas o tempo necessário para permitir o adensamentoconveniente do concreto no molde. Esse tempo é considerado
suficiente, no instante em que o concreto apresente superfície relativamente plana e brilhante.
5.2.2.3 Quando empregado vibrador de imersão, deixar a ponta deste penetrar aproximadamente 25 mm na camada imediatamente inferior.
5.2.2.4 Durante o adensamento, o vibrador de imersão não deve encostar nas laterais e no fundo do molde, devendo ser retirado lenta e cuidadosamente do concreto.
Após a vibração de cada camada, bater nas laterais do molde, de modo a eliminar as bolhas de ar e eventuais vazios criados pelo vibrador.
5.2.2.5 No caso de corpo-de-prova cilíndrico, de dimensão básica igual a 100 mm ou 150 mm, o vibrador de imersão deve ser inserido ao longo do eixo do molde.
5.2.2.6 No caso de corpo-de-prova prismático de dimensãobásica igual a 150 mm, o vibrador de imersão deve ser inserido perpendicularmente à superfície do concreto,
em três pontos eqüidistantes ao longo do eixo maior do molde. A vibração deve ser procedida inicialmente no ponto central e posteriormente em cada um dos pontos
extremos, que devem distar um quarto do comprimento do molde em relação às extremidades deste.
5.3 Desforma
Os corpos-de-prova devem permanecer nas formas, nas condições de cura inicial conforme 4.7, durante o tempo aseguir definido, desde que as condições de endurecimento do concreto permitam a desforma sem causar danos ao
corpo-de-prova:
a) 24 h, para corpos-de-prova cilíndricos;
b) 48 h, para corpos-de-prova prismáticos.
5.4 Transporte
Após a desforma, os corpos-de-prova destinados a um laboratório devem ser transportados em caixas rígidas, contendo serragem ou areia molhadas.
5.5 Cura final
Até o início do ensaio, os corpos-de-prova devem ser conservados imersos em água saturada de cal ou permanecer em câmara úmida que apresente, no mínimo, 95%
de umidade relativa do ar, atingindo toda a sua superfície livre, ou ficar enterrados em areia completamente saturada de água. Em qualquer dos casos, a temperatura
deve ser de (23 ± 2)oC até o instante do ensaio, conforme a NBR 9479. 5.6 Preparação dos topos dos corpos-de-prova Os corpos-de-prova que não satisfaçam às condiçõesde tolerância devem ser submetidos ao preparo dos topos,conforme 5.6.1 e 5.6.2.
5.6.1 Remate com pasta de cimento (procedimentoopcional para corpos-de-prova cilíndricos)
5.6.1.1 Decorridas 6 h a 15 h do momento da moldagem,passar uma escova de aço sobre o topo do corpo-deprovae rematá-lo com uma fina camada de pasta de cimento
consistente, com espessura menor ou igual a3 mm.
5.6.1.2 A pasta deve ser preparada de 2 h a 4 h antes de seu emprego.
5.6.1.3 O acabamento dos topos dos corpos-de-prova deve ser feito com o auxílio de uma placa de vidro plana, com no mínimo 12 mm de espessura e dimensões que
ultrapassem em pelo menos 25 mm a dimensão transversal do molde.
5.6.1.4 A pasta de cimento colocada sobre o topo do corpo-de-prova deve ser trabalhada com a placa até que a face inferior desta fique em contato firme com a borda superior do molde em todos os pontos.
5.6.1.5 A aderência da pasta à placa de capeamento deve ser evitada, lubrificando-se esta última com uma fina película de óleo mineral.
5.6.1.6 A placa deve permanecer sobre o topo do corpode prova até a desforma.
5.6.2 Retificação ou capeamento Os corpos-de-prova que não tenham sido rematados
conforme 5.6.1 devem ser capeados ou retificados.
5.6.2.1 Retificação
5.6.2.1.1 Consiste na remoção, por meios mecânicos, de uma fina camada de material do topo a ser preparado. Esta operação é normalmente executada em máquinas
especialmente adaptadas para essa finalidade, com a utilização de ferramentas abrasivas. A retificação deve ser feita de tal forma que se garanta a integridade estrutural
das camadas adjacentes à camada removida, e proporcione uma superfície lisa e livre de ondulações e abaulamentos.
5.6.2.1.2 As falhas de planicidade, em qualquer ponto da superfície obtida, não devem ser superiores a 0,05 mm.
5.6.2.2 Capeamento
5.6.2.2.1 Consiste no revestimento dos topos dos corpos-de-prova com uma fina camada de material apropriado,com as seguintes características:
a) aderência ao corpo-de-prova;
b) compatibilidade química com o concreto;
c) fluidez, no momento de sua aplicação;
d) acabamento liso e plano após endurecimento;
e) resistência à compressão compatível com os valoresnormalmente obtidos em concreto.
Nota: Em caso de dúvida, a adequabilidade do material de capeamentoutilizado deve ser testada por uma comparação estatística, com resultados obtidos de corpos-deprova
cujos topos foram preparados por retificação.
5.6.2.2.2 Deve ser utilizado um dispositivo auxiliar, denominado capeador, que garanta a perpendicularidade da superfície obtida com a geratriz do corpo-de-prova.
5.6.2.2.3 A superfície resultante deve ser lisa, isenta de riscos ou vazios e não ter falhas de planicidade superiores a 0,05 mm em qualquer ponto.
5.6.2.2.4 A espessura da camada de capeamento não deve exceder 3 mm em cada topo.
5.6.2.2.5 Outros processos podem ser adotados, desde que estes sejam submetidos à avaliação prévia por comparação estatística, com resultados obtidos de corposde-prova capeados por processo tradicional, e os resultados obtidos apresentem-se compatíveis.