O túnel de St.Gothard
Para perfurar o túnel recorre-se a estes "tunneliers". São máquinas
cuja cabeça corta e tritura a rocha. Quatro "tunneliers" são utilisados no St.Gothard.
São construídos sob medida e custam de 13 à 20 milhões de € cada.
O St.Gothard, maior túnel ferroviário do mundo, é a peça mestra de um projeto de extensão da rede ferroviária suíça. Este conjunto compreende igualmente os túneis
de Zimmerberg e de Ceneri. Ele deve entrar em serviço em 2013.
Quando o “tunnelier” encontra um obstáculo geológico, tem que recorrer a explosivos e aos "jumbos":
estas máquinas são equipadas de vários braços de perfuração, podendo fazer 4 furos simultaneamente.
Mas onde o “tunnelier” que progride 20 m por dia; com explosivos só avança de 6 à 9 m.
O túnel compõe-se de duas galerias paralelas, ligadas por 175 braços de comunicação,
ou seja um total de 312m. Potentes ventiladores, que permitem exaustar as poeiras e substâncias nocivas libertadas durante os trabalhos, são instalados.
Esteiras rolantes de várias dezenas de metros transportam os detritos à medida que o túnel avança.
24 milhões de toneladas de detritos são assim extraídos unicamente do túnel de base.
Pequenos vagões retiram os detritos do túnel. Em seguida ele é triturado e
servirá para fazer concreto. A trituração produz igualmente lamas bastante finas
que poderão ser recicladas para a fabricação de tijolos.
A perfuração necessita de 500.000 litros de água por dia . Ela serve à fabricação do concreto, arrefecimento e lavagem de máquinas. É necessário igualmente prever reservas de água para a extinção de eventuais incêndios. Ao fim dessa cadeia, as águas utilizadas são tratadas e voltam ao meio ambiente.
1,2 km² foram comprados para a construção, sendo mais de metade para as instalações dos estaleiros perto do túnel. Os diferentes locais abrigam alojamentos, a central eléctrica, as oficinas, os armazéns.... Sómente 20 casas foram destruídas.
1800 trabalhadores de 10 nacionalidades diferentes trabalham permanentemente no estaleiro.
Três equipes mudam de 24 em 24 horas para assegurar a continuidade dos trabalhos.
Ao todo são 6000 a 7000 pessoas que fazem parte na construção do túnel.
A escavação vai a 800 metros. A esta profundidade a temperatura da rocha atinge 45°C.
Além disso, as máquinas libertam calor, e as condições de trabalho seriam insustentáveis sem um sistema de arrefecimento. A tempertura média é reduzida até 28°C.
No século XIX, na construção de túneis havia dezenas de mortos por km. Mesmo no túnel
sob o Canal da Mancha, embora trabalhado no calcário bastante mais "mole", custou a vida a 7 franceses
e 13 ingleses. Trabalhar na construção de um túnel é um “trabalho de risco”.
Os engenheiros não têm o direito de errar no encontro das duas extremidades do túnel: o encontro
entre as duas é realizado no centímetro! Os topógrafos utilizam os satélites e os computadores. Eles incluem nos cálculos a subida dos Alpes que é de cerca de 1 mm por ano.
O túnel vai atravessar cerca de 8 tipos de rocha diferentes, principalmente metamórficas ,
calcáreas e de mármore. O diâmetro útil das galerias é de 8.40 m,
e uma camada de concreto de 40 cm de espessura vem reforçar as paredes.
O estaleiro do St.Gothard
A concretização do túnel de Saint-Gothard necessitou 10 anos de estudo e 15 anos de construção.
A nova linha será posta em serviço nos finais de 2013, e o túnel de St.Gothard será então
o mais longo túnel ferroviário do mundo, com 57 km de Erstfeld até Bodio.
6,5 milhões de passageiros e 49 milhões de toneladas de mercadoria
vão transitar pelo túnel cada ano.
Objetivo : reduzir a circulação dos caminhões cujo tráfico foi multiplicado por 12 nos últimos 25 anos na região.
A obra custará 7 mil milhões de francos suiços (4,5 mil milhões €)
Os túneis ferroviários mais longos do mundo
57 km : St.Gothard (Suiça), 2013
53,8 km : Sei-Kan (Japão), 1988
50,45 km : Eurotunnel (França-Inglaterra), 1994
34,5 km : Lötschberg (Suiça), 2007
28,4 km : Guadarrama (Espanha), 2007
26,4 km : Hakkôda (Japão), 2010
25, 8 km : Iwate-Ichinohe (Japão), 2002
22,2 km : Îyama (Japão), 2013