Professor Eduardo Matos (esq) e presidente da Thebe, Wagner Cipolla, no laboratório de hidráulica do Senai
Acyane do Valle
Da equipe de A CRÍTICA
O crescimento da área da construção civil em Manaus nos últimos cinco anos vem expondo um elo frágil dentro da cadeia de serviços, a falta de profissionalização e de trabalhadores em número suficiente. É o caso das áreas de hidráulica e de manutenção de bombas e poços artesianos, cujo mercado profissional ainda é “virgem”, segundo o gerente da escola do Senai Demóstenes Travessa, Eduardo Matos.
O educador cita uma pesquisa recente da fabricante paulista Thebe Bombas Hidráulicas sobre o mercado em vários Estados. No Amazonas, o estudo apontou deficiência tanto na quantidade de profissionais quanto na qualificação. “O levantamento mostrou o que nós, do Senai, já estávamos acompanhando há algum tempo”, comenta Eduardo Matos, salientando que, ao mesmo tempo que esse é um péssimo indicador, também representa uma grande oportunidade para as pessoas que trabalham na área e querem aumentar seu negócio, conquistando novos clientes.
“Por isso, o Senai desenvolveu um curso um voltado para o aperfeiçoamento do profissional que atua com manutenção de bombas e poços artesianos”, acrescentou o professor.
O curso “Mantenedor de Poços Artesianos e Bombas”, desenvolvido em parceria com o fabricante Thebe Bombas Hidráulicas, foi lançado na semana passada em Manaus. Eduardo Matos, explica que o treinamento vai capacitar profissionais na realização de tarefas relacionadas à instalação, fiscalização e manutenção de poços residenciais, prediais e comerciais.
“Existem empresas que promovem treinamentos, o que ajuda bastante, mas a maioria aprende mesmo no dia-a-dia, na ‘marra’, sem acompanhamento técnico, sem informação sobre normas, legislação, sobre os cuidados que precisa ter e os riscos que existem tanto para o profissional quanto para aqueles que se beneficiarão com o serviço”, explica Matos.
Poços artesianos
O educador lembra que, em relação aos poços artesianos, bastante utilizado na cidade de Manaus devido à falta de água frequente em diversos bairros, as exigências quanto à qualidada implantação e manutenção são maiores e os profissionais precisam estar preparados para atender a esses requisitos. “Boa parte desses poços vem sendo trabalhado fora dos padrões das normas de segurança, trazendo risco a quem opera, a quem dá a manutenção e às pessoas que se beneficiam com a água desse poço”, alerta. “Um poço mal feito ou com manutenção deficiente oferece risco. E quem trabalha na área precisa ter isso sempre em mente”, arremata.
A programação didática foi estudada a partir da solicitação da própria indústria que identificou deficiência de trabalhadores na área de hidráulica. “A proposta é oferecer a essas pessoas, que têm esse conhecimento prático, novas informações, mostrando os procedimentos padrões de realização de tarefas, segurança de trabalho, normas da profissão e a qualidade do serviço prestado", completa Eduardo Matos.
Fonte; Jornal Acrítica